Governo Lula Planeja Investir R$ 31,2 Bilhões em Ações Populares para Reverter Queda de Popularidade

Governo Lula Planeja Investir R$ 31,2 Bilhões em Ações Populares para Reverter Queda de Popularidade
Brasília, 28 de fevereiro de 2025 – Diante de uma aprovação em declínio, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um pacote de medidas no valor de R$ 31,2 bilhões, com o objetivo de impulsionar a economia e reacender o apoio popular. A iniciativa, detalhada nesta sexta-feira, reflete a preocupação da administração com os números desfavoráveis em pesquisas recentes e a necessidade de fortalecer sua base antes das eleições municipais de 2026. O plano combina ações de curto prazo, como transferência de renda, com estratégias econômicas de maior alcance, em um esforço para atender às demandas da população mais vulnerável.
O pacote inclui a ampliação do crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada, um projeto que deve facilitar o acesso a empréstimos com juros reduzidos, utilizando o saldo do FGTS como garantia. Outra medida destacada é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, uma promessa de campanha que agora ganha contornos concretos. Além disso, o governo aposta na distribuição gratuita de gás de cozinha para cerca de 22 milhões de famílias de baixa renda, uma ação voltada diretamente para aliviar o custo de vida em um momento de alta nos preços de itens básicos.
A decisão de injetar recursos na economia vem em um contexto desafiador. Pesquisas recentes apontam uma queda significativa na aprovação do governo, que chegou a 24% em fevereiro, segundo o instituto Datafolha, o pior resultado registrado nos três mandatos de Lula. A desaprovação, por outro lado, subiu para 41%, refletindo a insatisfação com questões como inflação persistente – que atingiu 4,96% no último ano – e a percepção de que a economia não está beneficiando os mais pobres, apesar do crescimento acima do esperado em 2024. “Estamos trabalhando para que o povo sinta no bolso o resultado das nossas políticas”, afirmou Lula em um pronunciamento recente.
O plano, no entanto, enfrenta críticas de economistas e opositores. A estratégia de aumentar os gastos públicos contrasta com a política monetária do Banco Central, que elevou a taxa Selic para 11,75% em uma tentativa de conter a inflação. É uma medida populista que pode comprometer o equilíbrio fiscal em médio prazo, alerta Carla Mendes, economista da FGV. Ela aponta que o governo precisará detalhar como financiará os R$ 31,2 bilhões sem ampliar o déficit orçamentário, uma questão que já preocupa investidores após a desvalorização do real frente ao dólar no último mês.
Do lado político, a oposição acusa Lula de tentar comprar popularidade. Esse é o velho truque do PT: gastar agora e deixar a conta para depois, disparou o deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), em referência ao histórico do partido em gestões anteriores. Parlamentares aliados, por outro lado, defendem que as medidas são uma resposta necessária às expectativas criadas na campanha de 2022. “O povo elegeu Lula para melhorar a vida de quem mais precisa, e é isso que ele está fazendo”, rebateu o senador Humberto Costa (PT-PE).
A implementação das medidas dependerá de articulações no Congresso, onde o governo enfrenta uma base fragmentada. A isenção do IR, por exemplo, exige aprovação legislativa, e o custo estimado de R$ 20 bilhões ao ano pode gerar resistências entre parlamentares preocupados com as contas públicas. Já o programa de gás de cozinha, apelidado de “Vale-Gás ampliado”, deve ser financiado com recursos do Orçamento e parcerias com estatais como a Petrobras, mas ainda carece de um cronograma claro.
Para os brasileiros, o impacto imediato dessas ações pode ser um alívio bem-vindo. Se o gás ficar mais barato, já ajuda muito, porque tá difícil cozinhar com esses preços, diz Maria das Dores, dona de casa de 52 anos, moradora de Salvador. No entanto, há ceticismo entre os mais afetados pela crise econômica. Promessa é fácil, quero ver chegar na minha mão, desconfia João Pereira, motorista de aplicativo de 38 anos, de São Paulo.
O sucesso do pacote será um teste crucial para o governo Lula em seu terceiro mandato. Com metade do período já transcorrida, o presidente busca recuperar o capital político que o levou a uma vitória apertada em 2022. Se as medidas conseguirem reverter a curva de desaprovação e reacender o entusiasmo da base eleitoral, Lula poderá pavimentar o caminho para um desempenho mais sólido nas próximas disputas. Caso contrário, o risco é de que o pacote seja visto como uma tentativa tardia de consertar uma gestão que perdeu o rumo aos olhos de muitos brasileiros.
Brasília, 28 de fevereiro de 2025 – Diante de uma aprovação em declínio, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um pacote de medidas no valor de R$ 31,2 bilhões, com o objetivo de impulsionar a economia e reacender o apoio popular. A iniciativa, detalhada nesta sexta-feira, reflete a preocupação da administração com os números desfavoráveis em pesquisas recentes e a necessidade de fortalecer sua base antes das eleições municipais de 2026. O plano combina ações de curto prazo, como transferência de renda, com estratégias econômicas de maior alcance, em um esforço para atender às demandas da população mais vulnerável.
O pacote inclui a ampliação do crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada, um projeto que deve facilitar o acesso a empréstimos com juros reduzidos, utilizando o saldo do FGTS como garantia. Outra medida destacada é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, uma promessa de campanha que agora ganha contornos concretos. Além disso, o governo aposta na distribuição gratuita de gás de cozinha para cerca de 22 milhões de famílias de baixa renda, uma ação voltada diretamente para aliviar o custo de vida em um momento de alta nos preços de itens básicos.
A decisão de injetar recursos na economia vem em um contexto desafiador. Pesquisas recentes apontam uma queda significativa na aprovação do governo, que chegou a 24% em fevereiro, segundo o instituto Datafolha, o pior resultado registrado nos três mandatos de Lula. A desaprovação, por outro lado, subiu para 41%, refletindo a insatisfação com questões como inflação persistente – que atingiu 4,96% no último ano – e a percepção de que a economia não está beneficiando os mais pobres, apesar do crescimento acima do esperado em 2024. Estamos trabalhando para que o povo sinta no bolso o resultado das nossas políticas”, afirmou Lula em um pronunciamento recente.
O plano, no entanto, enfrenta críticas de economistas e opositores. A estratégia de aumentar os gastos públicos contrasta com a política monetária do Banco Central, que elevou a taxa Selic para 11,75% em uma tentativa de conter a inflação. É uma medida populista que pode comprometer o equilíbrio fiscal em médio prazo, alerta Carla Mendes, economista da FGV. Ela aponta que o governo precisará detalhar como financiará os R$ 31,2 bilhões sem ampliar o déficit orçamentário, uma questão que já preocupa investidores após a desvalorização do real frente ao dólar no último mês.
Do lado político, a oposição acusa Lula de tentar comprar” popularidade. Esse é o velho truque do PT: gastar agora e deixar a conta para depois, disparou o deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), em referência ao histórico do partido em gestões anteriores. Parlamentares aliados, por outro lado, defendem que as medidas são uma resposta necessária às expectativas criadas na campanha de 2022. O povo elegeu Lula para melhorar a vida de quem mais precisa, e é isso que ele está fazendo”, rebateu o senador Humberto Costa (PT-PE).
A implementação das medidas dependerá de articulações no Congresso, onde o governo enfrenta uma base fragmentada. A isenção do IR, por exemplo, exige aprovação legislativa, e o custo estimado de R$ 20 bilhões ao ano pode gerar resistências entre parlamentares preocupados com as contas públicas. Já o programa de gás de cozinha, apelidado de Vale-Gás ampliado, deve ser financiado com recursos do Orçamento e parcerias com estatais como a Petrobras, mas ainda carece de um cronograma claro.
Para os brasileiros, o impacto imediato dessas ações pode ser um alívio bem-vindo. “Se o gás ficar mais barato, já ajuda muito, porque tá difícil cozinhar com esses preços”, diz Maria das Dores, dona de casa de 52 anos, moradora de Salvador. No entanto, há ceticismo entre os mais afetados pela crise econômica. “Promessa é fácil, quero ver chegar na minha mão”, desconfia João Pereira, motorista de aplicativo de 38 anos, de São Paulo.
O sucesso do pacote será um teste crucial para o governo Lula em seu terceiro mandato. Com metade do período já transcorrida, o presidente busca recuperar o capital político que o levou a uma vitória apertada em 2022. Se as medidas conseguirem reverter a curva de desaprovação e reacender o entusiasmo da base eleitoral, Lula poderá pavimentar o caminho para um desempenho mais sólido nas próximas disputas. Caso contrário, o risco é de que o pacote seja visto como uma tentativa tardia de consertar uma gestão que perdeu o rumo aos olhos de muitos brasileiros.