Gene Hackman: Relembre os Filmes Marcantes do Astro Premiado com o Oscar

Gene Hackman: Relembre os Filmes Marcantes do Astro Premiado com o Oscar
Los Angeles, 28 de fevereiro de 2025 – A morte de Gene Hackman, aos 95 anos, confirmada nesta semana pela polícia de Santa Fé, Novo México, reacendeu o interesse pela carreira de um dos maiores atores de Hollywood. Com dois Oscars no currículo e uma filmografia que atravessa décadas, Hackman deixou um legado de performances intensas e versáteis, transitando com maestria entre heróis, vilões e homens comuns. De clássicos do suspense a westerns inesquecíveis, seus principais filmes continuam a inspirar fãs e cineastas. Relembre algumas das obras que definiram a trajetória desse ícone do cinema.
Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas (1967)
O papel que lançou Hackman ao estrelato foi o de Buck Barrow, irmão do criminoso Clyde, nesta obra-prima de Arthur Penn. Aos 37 anos, ele trouxe humanidade e humor ao bandido de bom coração, contracenando com Warren Beatty e Faye Dunaway. Sua indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante marcou o início de uma carreira promissora, com uma química em cena que capturou a essência da era da Depressão. Eu não sabia o que estava fazendo, mas sabia que queria estar ali, disse Hackman anos depois sobre o filme.
Os Implacáveis(1971)
A consagração veio com o detetive Jimmy Popeye Doyle em Os Implacáveis (The French Connection), um marco do cinema policial dirigido por William Friedkin. Hackman, então com 41 anos, entregou uma atuação visceral como o obstinado policial de Nova York perseguindo traficantes internacionais. A icônica cena da perseguição de carro sob o metrô elevado é tão lembrada quanto sua entrega crua e realista, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator. Foi um papel que me exigiu tudo, física e emocionalmente, refletiu ele em uma entrevista de 1990.
A Conversação (1974)
Sob a direção de Francis Ford Coppola, Hackman brilhou como Harry Caul, um especialista em vigilância paranoico e introspectivo. O filme, lançado entre os dois O Poderoso Chefão, explora os limites da privacidade em um mundo tecnológico, e Hackman oferece uma performance contida, mas poderosa, que reflete o peso da culpa e da solidão. Indicado ao Globo de Ouro, o longa é considerado um dos melhores de sua carreira e um clássico subestimado dos anos 1970.
Superman: O Filme (1978)
Como Lex Luthor, o vilão carismático e astuto de Superman, Hackman trouxe um toque de humor e inteligência ao antagonista do Homem de Aço, vivido por Christopher Reeve. Contracenando com Marlon Brando, ele transformou Luthor em um mestre do crime inesquecível, com falas sarcásticas e um plano megalomaníaco para afundar a Califórnia. “Eu queria que ele fosse perigoso, mas também divertido”, disse Hackman sobre o papel, que reprisou em duas sequências.
Os Imperdoáveis (1992)
Aos 62 anos, Hackman conquistou seu segundo Oscar, desta vez como Melhor Ator Coadjuvante, interpretando o xerife Little Bill Daggett em Os Imperdoáveis, de Clint Eastwood. Como o tirânico homem da lei de uma cidade do Velho Oeste, ele exsuda autoridade e crueldade, enfrentando o pistoleiro aposentado de Eastwood em um confronto antológico. Sua atuação, marcada por uma mistura de charme e brutalidade, é frequentemente citada como o coração sombrio do filme, que também levou o Oscar de Melhor Picture.
Rápida e Mortal (1995)
No western de Sam Raimi, Hackman é John Herod, um prefeito corrupto e pistoleiro implacável que organiza um torneio mortal. Contracenando com Sharon Stone e um jovem Leonardo DiCaprio, ele rouba a cena com sua presença imponente e um sarcasmo afiado. Embora o filme não tenha alcançado o mesmo status de outros em sua carreira, sua performance é um exemplo de como ele dominava papéis de vilões com carisma.
O Júri (2003)
Um de seus últimos grandes papéis no cinema, Hackman interpretou Rankin Fitch, um consultor de júri manipulador em O Júri, baseado no livro de John Grisham. Ao lado de Dustin Hoffman, John Cusack e Rachel Weisz, ele entregou uma atuação magnética como o estrategista cínico que tenta controlar o resultado de um julgamento. Foi uma despedida não oficial das telas, já que Hackman se aposentou em 2004, aos 74 anos, após Bem-vindo à Mooseport.
Com mais de 90 filmes em seu currículo, Gene Hackman deixou um impacto indelével no cinema. Sua habilidade de transitar entre gêneros – do drama ao thriller, da ação ao western – e de dar profundidade a cada personagem o colocou entre os gigantes de Hollywood. Enquanto fãs lamentam sua perda, seus trabalhos permanecem como testemunho de um talento raro, eternizado em filmes que continuam a emocionar e impressionar gerações.