Trump Corta Fala de Premiê Britânico em Coletiva: Chega, Obrigado

Trump Corta Fala de Premiê Britânico em Coletiva: Chega, Obrigado
Washington, 28 de fevereiro de 2025 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizou um momento de desconforto diplomático nesta quinta-feira ao interromper abruptamente o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca. O incidente ocorreu enquanto Starmer respondia a uma pergunta sobre as declarações de Trump a respeito de uma suposta intenção de anexar o Canadá como o 51º estado americano. Visivelmente irritado, Trump interveio com um seco Já chega, obrigado, silenciando o premiê britânico e surpreendendo os presentes.
O encontro, que marcou a primeira visita oficial de Starmer à Casa Branca desde que Trump assumiu seu segundo mandato em janeiro, tinha como objetivo discutir temas como o conflito na Ucrânia, relações comerciais e segurança global. A coletiva começou em tom cordial, com Starmer entregando a Trump uma carta do rei Charles III, convidando-o para uma segunda visita de Estado ao Reino Unido – um gesto descrito como sem precedentes por sua raridade. Trump aceitou o convite, elogiando o rei como um homem maravilhoso e destacando a relação especial entre os dois países.
A harmonia, no entanto, foi abalada quando um jornalista perguntou a Starmer se o rei havia expressado preocupação com os comentários de Trump sobre o Canadá, uma nação da Commonwealth sob a coroa britânica. Starmer começou a responder, dizendo: “Você mencionou o Canadá, acho que está tentando encontrar uma divisão entre nós que não existe. Somos as nações mais próximas e tivemos ótimas discussões hoje, mas não tocamos no tema Canadá. Antes que pudesse concluir, Trump apontou para o repórter e cortou: Já chega, obrigado, encerrando o assunto de forma abrupta.
O gesto foi interpretado como uma demonstração típica do estilo direto e imprevisível de Trump, mas gerou reações mistas. Nos EUA, aliados do presidente, como o comentarista da Fox News Sean Hannity, celebraram a interrupção como prova de sua firmeza. Trump não deixa ninguém ditar a pauta. Ele comanda a sala, afirmou Hannity. Já críticos, como o senador democrata Chris Murphy, chamaram a atitude de desrespeitosa e embaraçosa para a diplomacia americana. Você não trata um aliado como o Reino Unido dessa forma, disse Murphy.
No Reino Unido, a imprensa reagiu com indignação. O tabloide The Sun classificou o episódio como uma humilhação pública para Starmer, enquanto o Guardian sugeriu que o premiê, apesar de sua experiência como advogado e político, pareceu despreparado para o Trump sem filtro. Posts em redes sociais refletiram o mal-estar, com usuários britânicos criticando a grosseria do presidente americano e alguns pedindo que Starmer tivesse respondido à altura.
O pano de fundo da interrupção envolve as recentes ameaças de Trump de impor tarifas de 25% às exportações canadenses, com exceção de energia, a partir de 4 de março, como parte de sua agenda America First. Ele também mencionou tarifas contra o México e a China, intensificando tensões comerciais. Durante a campanha de 2024, Trump fez comentários jocosos sobre transformar o Canadá em um estado americano para acessar seus minerais críticos, o que irritou o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, que rebateu dizendo que o Canadá não está à venda.
Apesar do incidente, Starmer manteve a compostura e focou nos resultados positivos da visita. Em suas palavras finais, ele destacou a força da parceria anglo-americana, mencionando a cooperação militar e os US$ 1,5 trilhão em investimentos mútuos que sustentam 2,5 milhões de empregos. Trump, por sua vez, elogiou Starmer como um negociador duro e disse que os dois compartilham um amor por seus países. Sobre a Ucrânia, ele revelou planos de receber Zelensky na sexta-feira para discutir um progresso rumo à paz, mas evitou detalhes.
O episódio, embora breve, expôs os desafios de lidar com a personalidade de Trump, mesmo para líderes experientes como Starmer. Para observadores, a interrupção foi mais que um momento de deselegância – foi um lembrete da abordagem imprevisível que Trump traz à mesa, testando alianças históricas em um mundo já marcado por instabilidades. Enquanto os líderes tentam avançar em questões globais, o Já chega de Trump ecoa como um aviso de que, com ele, as regras da diplomacia tradicional nem sempre se aplicam.